O vento frio sopra no rosto quando desço do ônibus e subo a rua.
Cheiro de pipoca... Chego na Osório, ando em direção à XV.
Vejo uma cartomante no lado esquerdo da calçada.
Imagino se ela consegue ver o futuro das pessoas que passam às pressas...
Sinto vontade de consultá-la, e sigo meu caminho.
Da última vez o chafariz estava vazio. Agora sou eu.
Um dia quero vir tirar fotos daqui...
Não gosto do homem que vende correntes no camelô à direita;
Gosto do que distribui rosas.
Se o relógio patrocinado pela GVT estiver certo, me atrasei.
Tenho fome, mas não tenho dinheiro nem tempo pra comer, dane-se o Giraffas.
Só acreditaria no talento do artista se visse o homem que foi retratado,
até encontrar os quadros à frente. Paro alguns segundos, observo, deslumbrada.
Sinto inveja mas não confesso. Só me atrasaria mais.
Nunca sei em que esquina preciso parar. Preciso olhar em volta.
To a fim de um All Star novo.
Parece que as coisas que me atraem se mantêm do lado esquerdo,
exceto pelo camelô.
E por uma empena cega que acabei de ver.
Queria ter pessoalmente no ouvido a voz que ouço, repetindo-se no refrão.
Vejo duas mulheres grávidas passeando, juntas, amigas.
As mulheres grávidas são muito mais bonitas.
Talvez se eu me mantivesse sempre grávida...
Sorrio sozinha com o pensamento. E agora está chovendo.
Encontro. Critico baixo a cor das paredes, enquanto subo as escadas.

Das escadas eu gosto.
Deve ser estranho eu ainda estar protegendo os cabelos com a pasta de EG,
quando já adentrei a sala de espera...
- Oi, tô muito atrasada?
- Não, tudo bem.

3 comentários:

Bruno de Paula disse...

olá.
parabéns pelo texto e pelo blogger.

San ! ઇઉ disse...

Ficou muito bom Michelennn, muito bom mesmo.

isa disse...

ah, tu escreve tao bem *-*