casa minha
conteúda e contida
em ti estou.

no chão da sala meu estômago
revirado em pedaços
de papel picotado, jornais que não li
(mas me embrulham),
poeira e panelas sujas
das porcarias que ando
convidando a entrar.

moro sozinha, não inteira
mas em caquinhos divididos
entre dois três quartos
e o coração na cozinha
dentro da geladeira

com uns tomates podres
(pedras que me atiraram)

uma bicicleta apoiada no lugar
das visitas que não vêm
sem freio, mas tudo bem
também não vou
a lugar algum.

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