Não há outra pessoa e eu nem quero... prefiro reaprender a dormir sozinha, sem outra língua conversando com a minha como nos nossos beijos de boa noite. A cada sábado um pouco menos do seu cheiro de cigarro no meu travesseiro. Acendo um marlboro light vezenquando pra não ter que me privar de tudo assim, tão repentino... Eu jurei que não viciaria, você precisa voltar. Porque tenho ido a muitas festas boas e você está perdendo todas as músicas que tocam e me fazem te ligar, de madrugada, acordar a sua avó. Você tem que voltar pra ela parar de brigar com você porque eu não vou parar de ligar. As festas boas não parecem mais tão boas. 
Jurei que não escreveria mais senão a meu respeito, mas a caneta proclamou que sairia fazendo cócegas no papel com seu nome, sem mim. E as coisas aleatórias que eu tinha que anotar durante o dia, agora não anoto mais porque quando é sobre você eu não esqueço. Aqui perto tem um pé de amora bem baixo e se não fosse baixo eu conseguiria alcançar os galhos cheios subindo num banco, mas eu preciso de alguém pra segurar as que vão caindo e só você tem as mãos grandes o suficiente, só você não rouba nenhuma porque só você não gosta de doce. E eu tenho comprado mais chicletes do que o normal, pra me distrair. Corto o cabelo, pinto os olhos, pinto a boca e cumpro a rotina toda de antes de você mas na hora de escovar os dentes a sua escova ainda está lá igual à minha, bem ao lado pra que eu possa confundir, misturar seu gosto com o meu. Minha saliva já está predominando, volta. Eu pedi pra você ir embora mas to pedindo pra você voltar.

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